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sábado, 2 de novembro de 2013

Por causa de ontem.

Realmente me incomoda o fato de você estar sentado na mesa do lado. Eu tinha planos de só esbarrar em você daqui pra nunca, sabe. Nós fizemos muito bem o papel de estranhos ontem a noite. E fizemos melhor ainda o papel de estranhos conscientes da (re)aproximação indesejada. Eu sei que você não está feliz, eu sei mais do que ninguém que tudo ai dentro tá te roendo e remoendo dia e noite, noite e dia. Às vezes quando paro pra pensar no tempo, nas pessoas, nas chances de ser feliz, no amor próprio, em tudo que você perdeu pra tá onde tá - diga-se de passagem no fundo do poço - dá uma pena.
Um amigo disse que essa pena é sinal de nobreza da minha parte, outro deixou bem claro que a pena pertence a galinha e não a mim. Sorri. No fim, ah, no fim... No fim você desconta em trabalho, em cerveja, em partidas de sinuca e em conversas vazias, essas frustrações que parecem te sufocar a cada hora extra. Sonhei com você essa noite. Mas não foi nada real até porque você nunca admitiria que errou, que foi traído pelo (único?) (melhor?) amigo, muito menos que foi largado pela pessoa que o fez esperar dois anos pra cuspir de novo na sua cara.
Qual a sensação? Só queria saber qual a sensação de saber que seu "único e melhor" "amigo" sentava e ria das piadas asquerosas que o" seu motivo de espera" fazia enquanto beijava outra boca que não era a sua. Nunca foi sua. Aquela boca suja é do mundo, acorda! Um dia desses eu tava vendo um seriado ai e ouvi uma coisa que me lembrou você. Era um diálogo entre dois personagens que amavam a mesma mulher e um dizia ao outro "Meu coração está com você, mas nós dois sabemos que ela é uma fodida da cabeça". Talvez não seja uma situação muito apropriada ao nosso tempo, mas a parte do "fodida da cabeça" me lembrou muito você. Uma pessoa completamente fo-di-da da cabeça. Minha vontade era  que você conseguisse evoluir. Parece que sempre tem alguma coisa que segua seu pé e não te deixa seguir em frente.
O seu mundo limitado, hermético... Merda... quem sou eu pra dar lição de moral?! No fim, eu só queria que você soubesse que eu entendo. Entendo sem aceitar, mas entendo. Essas coisas são difíceis mesmo. Tudo que te expulsa da zona de conforto é uma agressão benigna ou maligna, mas isso depende exclusivamente de você. Engraçado que eu escrevo essas coisas e me pergunto por raios eu ainda me importo! Você não pensou duas vezes antes de jogar as nossas coisas pro alto e sair correndo em busca de merda (?).
Nada mais justo e merecido já que "do pó nascestes ao pó voltará". Troca pó por merda e não condiciona ao nascimento a culpa de estar onde está. Peninha parece que adivinhou quando escreveu "não tem revolta não, só quero que você se encontre". Casa com o que eu sinto, casa com o que se passa. Tomara que você se encontre, que consiga se livrar dessa corja de gente falsa que te rodeia. E dessa vez, quando abrir o olho e lembrar das perdas e das traições, lembra também de seguir em frente.
Continua fazendo sua parte. Ignora minha existência, não deve ser tão difícil. Estamos quites.