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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Dadiva.

Textos existenciais clichês refletem um amontoado de adjetivos sem graça.
Eu apenas observo, mudo, imóvel, sou um semi-eremita. Transeunte. Passageiro. Nômade de mim.
O vento é a bussola, vai e vem no nada. Um buraco, um vácuo. O tropeço, do tropeço, do tropeço no meio do mundo. Vasto e são. Vão. Vago. Pacto com o que, se o ninguém me possui? O diário com páginas inescritas, rabiscado na ponta do afago não dado, da palavra não dita.
Contradições. Desconexidade. O nome falado arrepia a nuca, sacode o desatento, magoa o ciumento, desconcentra o infiel.
Ave Maria. Iansã. Iguais aos olhos, diferentes entres os homens. Quem me dera... Aos meus reles olhos tudo é igual. Todos igualmente, sem por ou tirar, são partes que pouco me tocam. E desde quando. E quando em vez. Hoje é sempre o ontem de ontem, de ontem, de ontem...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Até quando?

Quinta-feira suja. Cigarro, bebida barata, conversas imorais. O bar lotado só me fez sentir solidão. Cheguei em casa aos tropeços, amargando o desprazer, renegando as paixões vividas, odiando estar um caos por dentro. Acordei pra sexta-feira querendo esquecer minha própria existência. Mastiguei a quinta com cara feia, sem querer engolir as babaquices da noite passada... Não queria ter feito o que eu fiz, ligado pra quem liguei, mandado sms pra quem mandei. Passei a sexta dentro de casa, remoendo minha vergonha, meu desespero. Dias infindáveis... Nem precisavam se fazer no calendário.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Curta divagação sobre manhã, você e se.

Acho que o sol ainda nem apontou no longe, mas eu estou de olhos abertos. Pronto pra acordar de vez. O quarto ainda está escuro e a cortina cobre as duas janelas principais. Vez ou outra, quando o vento vem, entra um feixe de luz bem discreto, só pra avisar que o dia começará a qualquer momento. A porta fechada. O silêncio denso. Lembrei de você. Raridade é não tê-la em pensamento cedo da manhã, no meio da tarde ou tarde da noite... Você. Poderia ter sido e o que cabe no vão dessa possibilidade, não cabe em meio grão de arroz...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Pois não só olha

Repara, todo mundo passou por ti e seguiu rumo a diante. Repara tu, todo cabisbaixo, falando as mesmas bobagens, indo aos mesmos lugares, bebendo da mesma fonte ridícula de anos atrás. Repensa, olha o tanto de gente que se foi. Arruma tua mala e vai também. Tira férias dessa mágoa.