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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Entre nós.

Um nó
Dois nós
Mais nós
Mas e nós?

A fumaça do cigarro

Tu lembra do nosso primeiro beijo? Tu lembra como foi atrapalhado? O filme era uma droga, minha mão tava gelada e era você que tava ali! E não era pra menos... Era você ali do meu lado. Você que eu tanto tinha desejado em silêncio, você! Tu nem deve ter noção, até porque acho que nunca me atrevi a te dizer, mas eu tinha ensaiado aquele encontro inteiro e ele saiu tão nada a ver que deu muito mais certo do que o planejado! Eu que já era descrente desse lance de amor a primeira vista, me apaixonei pelo teu óculos, pela tua camisa de mangas compridas, pelo teu sorriso, pela tua voz e até pelo jeito, meio debochado, que tu soltava a fumaça do cigarro... Mas é tão distante... Parece que foi um desses livros que prendem a gente e que deixam qualquer um irritado por não ter um fim convincente! Parece aquela chuva que deu no meio da tarde e eu não vi porque tava ocupado demais com as coisas do trabalho...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Kara II

Hoje de manhã, quando eu desci do ônibus e fui caminhando em direção ao trabalho, me dei conta do quanto ainda gosto de você. A diferença é que agora nada mais se encaixa. As vontades, os pensamentos, os olhos, as mãos, as bocas. Eu quero tudo de volta, tudo que existia no tempo em que a gente se queria. Hoje de manhã, quando eu desci do ônibus e fui caminhando em direção ao trabalho, me dei conta de como eramos imensos dentro dos beijos no cinema, dentro dos instantes andando de mãos dadas, gastando todas as horas conversando e rindo sobre qualquer coisa. O tempo de espera voltou. Mas e nós?

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Até o novo porto.

Quando Viriato disse à Soraya que não poderia mais vê-la e que iria viajar no navio que saia exatamente ao meio dia, ela não acreditou. Soraya, atônita, não esboçou reação qualquer, parecia congelada no tempo e espaço.
Viriato deu as costas e sequer deu-lhe um abraço. Sequer acenou. A moça pálida, parada feito estátua grega, permaneceu imóvel até que a figura esguia se perdesse no tumulto do porto.
Soraya de vestido branco. Soraya aos prantos. Soraya sem Viriato. Soraya só. E Viriato navio a dentro, repleto de possibilidades mundo a fora, na secura de histórias pra contar, na ânsia de chegar ao continente novo!

Aqui jaz um pseudo-amor, igual ao que eu tive meses atrás.

domingo, 20 de setembro de 2015

Domingo teu.

Queria ter assistido, pela centésima vez, Medianeras contigo
Ter ouvido três discos, seguidos, do Mac Demarco agarrado em ti
E falar sobre o clipe novo do Johnny e de como ele lembra o icônico Contracorrente.

Mas tu não tava aqui
Em nenhum sentido
Em nenhum momento
De nenhuma forma.

Ps. Ainda estudo formas de como tapar esse buraco que tu deixou entre minhas costelas.

O restos de Kara.

Realmente não existe lógica. Você fez sua escolha e se fez ausência a partir dela. Fechou portas e janelas e sequer olhou pra trás. Foi embora. As vezes eu fico pensando quando, exatamente, você começou a se distanciar. Eu não percebi. Você foi indo, indo e indo e eu nem sei direito em que lugar e tempo eu estava quando você saiu sem dar muitas explicações. Ontem eu esperei que você esbarrasse em mim até as três e quarenta e sete. E quando cheguei em casa, fiquei de um lado pro outro na cama, até as cinco e vinte e seis da manhã, esperando que você me ligasse por engano.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Poderia ser um sinal do destino?

Ontem a tarde, numa dessas tardes aperreadas e com gosto de café amargo, eu li a seguinte notícia: "Lua de Saturno tem oceano - que pode abrigar vida". Foi inevitável não lembrar de você. Muito mais inevitável não me emocionar. Meu olhos leram e releram e minha boca calou. O corpo gelou. A esperança, naquele instante, foi o pior sentimento que poderia existir, que poderia ser sentido. E se tudo fosse uma metáfora? Se você fosse Saturno? Se a Lua fosse seu coração? Esse oceano, mar de sentimento, abrigando vida, minha vida, sei lá... Acho que já sei não o que pensar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

De longe.

Eu amo você e não escondo isso de ninguém. Amo de um jeito que até me dói os ossos, as vezes. Amo o seu enjoo matinal, seu sorriso meio de canto, sua melancolia nas madrugadas, seu olho castanho, suas blusas folgadas, suas mãos e seus anéis e os anéis de saturno. O tom da sua voz, a textura da sua língua, a sua boca na minha. Eu amo tudo, tudo em você.

Mas eu tenho que admitir que amar tudo em você é um peso insustentável. Meu corpo enverga inteiro na sua direção e, meu amor, nossas direções são opostas, você sabe. E por mais que eu ame cada centímetro cúbico seu, de fora pra dentro e de dentro pra fora, eu não posso ceder. O tempo corre tão rápido e por mais que eu insista em congelar esse amor todo, você sabe, vai ser em vão.

Perdoo seu coração raso, sua ausência quando eu mais precisei, sua indiferença nos momentos festivos. Desculpo, também, sua rispidez. E se eu desculpo, meu amor, é porque eu aceito você com seus defeitos e falhas, mesmo não entendendo as justificativas pra essas coisas todas, as vezes.

Mas mesmo desculpando e aceitando e amando de um jeito que até me dói os ossos, as vezes, não quero mais estar com você. Eu não posso, eu não devo, eu não tenho condições de lidar com toda a frustração que você causou.

Amo você, mas de longe.

domingo, 6 de setembro de 2015

Dois mundos.

Existem dois mundos e eu vivo os dois. O primeiro mundo é esse, nesse plano onde as coisas vão acontecendo de acordo com ordens, convenções, governos. O outro é um mundo onde só eu vivo. Interno, silencioso, pouco iluminado.
Esses mundos acontecem simultaneamente. No plano do mundo externo, as coisas eefêmeras são constantes. São nessas coisas voláteis que eu me apego na esperança de organizar o outro mundo, o interno.
Talvez esteja confuso e de difícil compreensão, mas imagine você dentro de cada, olhando através de uma janela coberta por persianas: esse é o mundo interno. Tudo o que se põe e se constrói depois dessa janela, é o mundo externo.