Venceu?

Venceu?.

Se eu conseguisse transcrever aqui o que eu senti há poucos minutos... Olhei algumas fotos, reli a carta e um nó subiu garganta à cima, músculos tensos, pupila dilatada. Calma, foi o medo de perder. E se for tarde pra mudar? Se eu já tiver perdido? Não quero perder... Pela primeira vez eu me importo em perder, em deixar ir. O dia ficou mais longo, sem muitas mensagens no celular, sem ligações na hora do almoço, sem saídas inesperadas só pra matar uma saudade boba de 24 horas. Lá se foi metade de mim, junto com metade dela. Mais uma vez eu fiz questão de colocar prazo de validade na minha felicidade. Imprudência, eu sei.

Noite passada.

Abraços febris em meio a uma noite fria, ligações perdidas, bilhetes em guardanapos e de repente, a calçada ficou pequena em meio a tanta alegria! Conversas sobre CDs de rock, sobre relacionamentos que corriam fora de relacionamentos denominados ‘oficiais’, conspirações mundiais. Foi de uma imensidão, de um aconchego incomensurável e houve tempo pra tudo. Tempo para parafrasear Camões, tempo pra falar sobre Angela Gutierrez, tempo pra assobiar Beethoven e zoar professores dos nossos passados e até coroar o mais 'pegador'! Bons amigos, três mosqueteiros, dos tempos de Santa Isabel.

D. - A Lara tá namorando.

G. - Deixa ela, homem... E vê se esquece esse negocio de namorar porque eu num to vendo ninguém além de nós três e aquelas quatro ali! E eu quero ver essa menina fazer valer essa coroa ai!

 L. - HAHAHAHAHA! Um brinde então!

Própria consumação.

Odeio essas trocas de 'intelectualidades' entre elas... Odeio mesmo.
Eu sou plebéia, uma semi-aborígine. Ela, do outro lado, na grande montanha gélida, nobre, uma fidalga revestida de uma facúndia sublime aos olhos da Minha.
Conservo-me de toda essa oratória, de toda essa verbalização polida a fios aço.
Fotografias, músicas, cartas, declarações dilaceradas, cento e vinte dias. Acabou.

Hundred

"Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor
[...]
Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro à janeiro
Até o mundo acabar"

Thought I'd been in love before,
But in my heart I wanted more.
Seems like all I really was doing
Was waiting for you.

 

 

C♥

Aula de piano.

Ontem tive aula de piano com a professora mais linda. Ela segurava minha mão, guiava meus dedos e regia de uma forma mágica, uma orquestra inteira dentro de mim. Ela dizia que piano se toca com cuidado, sem pressa. Tudo é uma questão de prática, professora.

OMG! G.G

Eu queria ser mais sensível.
Mas, sensível no sentido de afetuoso, de terno.
Eu sei sentir, sentir até de mais, o problema é que na hora de mostrar que o sentimento existe, o negócio complica!
Deve ser questão de treino, é isso. Vou treinar minha ternura, meu sentimentalismo e nada de achar "Que ambos tenham vida própria, porque esse negócio de casaizinhos melosos que não sabem viver separados é tããão last week"

Utopia compartilhada.

"A paixão é emoção gratuita. Não há causas que a expliquem. Mas, quando acontece, ela age como uma artista: da paixão surgem cenas de beleza. Os amantes se imaginam andando de mãos dadas por campos floridos; abraçados numa rede; silenciosos, diante do fogo da lareira; contemplando o rosto de um nenezinho adormecido… Paisagens de paixão" - R. A.

Contido.

O que tem de errado em mim? É a altura que não é suficiente? É o cabelo que é sempre desarrumado demais? São as roupas? Os tênis que são velhos e sujos? As piadas sem graça? O que é? Porque eu não consigo?
AH!!!
Eu fico com raiva, com ciúme, com um nó na garganta! Não me conformo sob hipótese alguma.
O que raios ela tem que eu não tenho? É inteligência? São os gostos que são parecidos? O que é? O que é?
AH!!!
As vezes dá vontade de jogar tudo pro alto... Mas eu sei que eu vou me arrepender. Paciência, é a palavra chave, é o dom que eu não tenho.

Sou.

As vezes eu paro e fico pensando que nós somos diferentes, nós somos totalmente diferentes e mesmo assim, quase que milagrosamente, deu certo, aliás, tá dando certo. Começou da melhor forma: sem qualquer cobrança ou compromisso - simplesmente aconteceu - e hoje eu já não me vejo sem ela. Da época de colégio, do primeiro beijo que não encaixou, do pedido de namoro alcolizado até os dias atuais: passeios que, em sua maioria, não conseguem ser bem sucedidos, cerveja às terça, conversas longas antes de dormir.
Eu sou tão feliz ao lado dela.