"[...] em meus soluços..."

Todos os sentimentos ali, junto comigo. Nós dois... Patéticos e previsíveis.
Cada ação incompreendida, mergulhada num vazio que, por um instante, me liberta.
Liberta a mim e aos sentimentos.
A hora corre, corre, corre... E corre...
Eu fico com os olhos rasos de ter que te deixar ir, mas o que eu posso fazer?
Só posso olha e sentir só, o que eu sinto por ti.
Faltam-me palavras e calma...
Quem me dera te abraçar e te ver sorrir o dia todo! Quem me dera mais ainda gastar o tempo e calar o silencio com um beijo demorado...
Esqueço de mim, esqueço tudo o que tenho pra fazer.
Largo meus vícios, me largo por ti. Largo e alargo meu coração pra caber mais sorriso, pra caber mais abraço, pra caber mais amor, pra te caber mais em mim.
Começo falando de sentimento, do que se passa aqui dentro, e acabo falando de amor...
Tão patético quanto previsível!
Por tempos falei com os olhos e agora que aprendi a falar com a boca, só penso em falar com o resto do corpo... Que é pra você entender, que é pra saber do sentimento, do amor imenso.
No fundo, quando eu seguro tua mão, eu te levo no colo e te ver partir e se soltar de mim... É como se tudo viesse ao chão!
Então eu volto pra casa, tropeçando em meus soluços e me molhando com lágrima...

“É No m de amor que eu te encontro. É No m de amor que eu te deixo.”

E só de te ver.

Foi surpresa e medo.
Incerteza e felicidade.
Foi a cara de estranhamento.
Foi a vontade de se soltar e vir pra mim!
Foi a boca aberta depois de um encontro casual.
Enfim, só de te ver,meu domingo chato e cinza virou um arco íris colorido de êxtase!

Deixo

Deixo pra trás tudo que não me convém.
Deixo os amores não correspondidos.
Deixo o copo pela metade, meio cigarro e um isqueiro vazio.
Deixo.
Deixo pra trás tudo que não me cabe.
Deixo roupas velhas.
Deixo meus tênis.
Deixo até minha camiseta favorita.
Eu deixo. Eu tenho que deixar!
Deixo pra trás o que já não combina comigo.
Deixo pra trás o cabelo penteado.
Deixo músicas e músicos.
Deixo velhos hábitos.
Eu deixo. Deixo tudo que não me possui.
Deixo pegadas.
Deixo ‘pegados’.
Deixo textos e fotos antigas.
Deixo o que já estava largado em um canto qualquer.
Deixo pensamentos.
Deixo sonhos intangíveis.
Deixo vontades.
Deixar faz parte.

meu ônibus

Não tenho vergonha de olhar.
E se meus olhos falassem? Revelariam um futuro a ser descoberto!
Eu tenho vergonha de só olhar.
Minha boca não pode sair dizendo o que quer. Não pode mesmo!
Devagar pra não atropelar as palavras, os pensamentos e sentimentos alheios.
Mas é só medo de assustar.
Bem... medo não seria a palavra certa... É só cuidado pra não assustar!
Nem pertence a mim e eu já tenho cuidado...
Cuidado pra não se machucar, pra não cair da árvore! Cuidado, poxa...
Enquanto eu fico olhando entre os carros que passam na avenida, eu perco meu ônibus, sabia?

Dobrar as vontades. Empacotar os detalhes.
Encaixotar todos os sonhos. Juntar todos os desejos e planos em sacolas.
Colocar os melhores sentimentos na mochila.
Mudanças são necessárias!

Caminhe e deixe-se caminhar

Todos nós somos caminho.
Coisas boas e ruins passam por nós todos os dias, a cada minuto.
Com o tempo marcas aparecem, 'desvios' surgem novos andarilhos transitam...
Os altos e baixos são inevitáveis, porém as quedas sim!
Bons caminhos fazem com que pessoas voltem a percorrê-los mais vezes, já os maus caminhos tornam-se vazios. Ao mesmo tempo em que somos caminhos, somos, também, andarilhos. Percorremos e somos percorridos!
Se andarmos por bons caminhos, logo, bom caminho seremos.
Façamos com que quem nos percorra volte mais vezes, sejamos bons pedestres, então.
Cuidemos para que a caminhada seja agradável e jamais cansativa ou solitária.
Boas rotas são sempre traçadas. Caminhe e deixe-se caminhar!

todo meu mundo

Roubastes o que havia de mais precioso em mim.
Meu ar, meus olhos, minhas ações, minha atenção...
Levastes de mim muito mais que um coração!
Agonia de uma lembrança inesquecível, de uma dor incurável.
Já não tenho força e nem vontade própria...
Tudo que vem de ti me domina, me cerca.
Tu és a infinidade de sabores, de cheiros e de cores de todo meu mundo!
O encanto soberano embriaga meus sentidos e por mais de um instante, sou eternamente tua.

como?

Nexo:
Vínculo, coerência.

Falta de nexo é um problema...
Frases soltas que não fazem sentido.
Expressões que não tem ligação.
Pensamentos, indagações... Tudo que não faz sentido não tem nexo.
Se falta nexo não tem coerência.

Coerência:
Em que há coesão, ligação ou adesão recíproca.

Coesão:
Relação racional mantida entre ideias e propósitos e/ou ações.

Tudo, que aparentemente, tem nexo, é coerente, é coeso, é racional e faz sentido é compreensivel!
Se você acha que ninguém entende você, pense bem. As vezes falta alguma coisa.

Entendeu alguma coisa? Não? Nem eu!

de tudo e do pouco

"De tudo que se foi.
De tudo que já não é mais palpável.
De tudo que não se realizou.
Do pouco que ainda me restou..."

Não conseguia, há um mês atrás, ficar sem você.
A maioria das minhas ações, reflexos de uma utopia, eram baseadas em ti.
Tanta coisa aconteceu...
Hoje eu sei que passa, que tá passando!
Aceito o ato de ignorar os fatos com total apatia.
Legitima defesa?
Instinto!
Agora, de cabeça erguida, fica mais fácil ver além do hipotético.

*qualquer semelhança é mera semelhança, juro.

Do que me lembro.

Não lembro quem me falou, mas me disse a seguinte frase:
"só se ama de verdade, uma vez na vida"

Só sabe quem amou de verdade, né?

Também não lembro quem me falou essa:
"O tempo não cura nada. Apenas desloca o incurável do centro das atenções"

Junta essa com aquela e eu tiro minha própria conclusão:
"Só se ama uma vez na vida quando o tempo não desloca esse amor do centro das atenções. Um sentimento, seja ele qual for, se não praticado e correspondido diariamente, passa a ser apenas uma boa lembrança de alguém que foi especial. Não posso afirmar sobre o sentimento alheio, mas afirmo por mim, por tudo que eu já senti e passei - tudo passa e se não passa o tempo se encarrega de levar pra um passado não tão distante e aos poucos o que doía, não dói mais."

Amores são projeções e de onde esse ou aquele veio, virão muitos outros, basta dar espaço pra ele entrar.

"mestre e divino do morro"

"Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti"

Cartola, meu "mestre e divino do morro", brilha muito na MPB até os dias de hoje!
(Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980)

Janela

Os olhos negros que olham com melancolia.
Olhos que refletem um passado e um presente sem futuro.
Janelas fechadas de uma alma infeliz...
A lágrima preta que lava as janelas, que escorre no pálido, que deixa o rosto ainda mais apático!
O olho fixo e profundo, chora raso de certeza e cheio de tristeza.
Os olhos negros, já vermelhos e cansados, não escondem a vergonha e o medo de fraquejar.