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terça-feira, 29 de março de 2016

nulo.

Não cabe mais nas roupas de outrora. Não que tenha engordado, emagrecido ou algo assim.
Simplesmente não cabe. Nenhuma roupa lhe serve mais. E os cabelos que seguem constantemente desgrenhados, cobrindo a vista... O andar desengonçado, as mãos e pés desproporcionais. É algo entre o absurdo e o normal. Fazem seis dias que não vai às aulas e mais de mês que não dorme uma noite completa. Acho que se pudesse definhava numa cama ou se ainda andasse, preferiria cadeiras de roda ou moletas. Uma capa de invisibilidade também seria de grande valia. O primeiro pensamento é sempre por que raios amanheceu vivo. Morrer não assusta, nunca assustou. O único pedido, além da morte, é claro, é que seja indolor. É que já basta a dor de ter vivido esse tempo todo sem propósito, não precisa sofrer mais e nem fazer os outros sofrerem mais também. Ainda tem quem diga que é egoísta, mas o que de fato é, é fardo, é peso morto, é o zero a esquerda...

sexta-feira, 25 de março de 2016

MMXVI

Eu mal sabia contar de 1 a 3 quando ela já escrevia o nome completo, sem que lhe segurassem a mão, e falava com a boca miúda "meu nome é... e eu sou filha do seu... e da dona...". Quem poderia imaginar que 20 anos depois eu iria encontra-la, com 24, no meio de uma aula de dança?

Quando a ponta do meu nariz  encontrou seu ombro, eu quis morar naquele instante.

Duas cabeças

As unhas roídas não permitiam que ela pudesse arranhar o céu e, aos poucos, as notícias aleatórias comecamvam a chegar como o aracati que espalha as folhas secas na rua.

Algumas coisas nessa vida não passam de vapor e ilusão.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Sobre

Eu só posso amar
A minha saudade
A sua ausência
Toda essa distância
Nossa completa displicência.

Eu só posso querer
Cada vez mais perto
Dentro dos meus braços
No vão das suas pernas
Você e eu.

Não julga essa lacuna
É que depois da tempestade
Sempre vem a bonança.