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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Você é a parte da minha vida que eu sempre vivi

A sua vontade de sair de perto de mim, é quase igual a sua vontade de me ter perto. Se eu invado seu limite, se ultrapasso sua zona de conforto, você se afasta. Mas se de repente eu vou pra longe, o seu olho já me busca na multidão. Olho nervoso. Quase fala, quase grita meu nome.E você finge não notar, finge não se importar. Não depende de você. Emana, irradia do teu peito, do teu cabelo, do teu braço, da tua perna. A vontade que você oculta, é tão explicita e ao mesmo tempo sutil que você confunde. Eu não. Eu nem preciso chegar perto ou te tocar pra saber que minha presença te incomoda. Talvez por você não ter certeza se me quer perto, longe, entre as pernas ou num caixão. Eu lhe tiro a razão em dizer que você foi a parte da minha vida que eu não vivi. Eu te vivi. Eu te vivo. Revivo. Reviro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Homem quase feito

Se tu tivesse tido bom tempo, se tu tivesse tido paciência e me esperado, nada estaria assim, de cabeça pra baixo... Se o domingo é chato, se a segunda é sem cerveja, a culpa é tua que não me quis de outro jeito. Eu era tão abestalhado, mesmo com quase 20 eu era mais criança que tua sobrinha pequena! Hoje eu to mais velho, com cheiro de loção pós-barba, não uso mais a velha calça desbotada e os óculos já não me servem mais porque o grau aumentou. Não sei se estou melhor, pior ou igual. Talvez se tu tivesse sido madura o suficiente, se tivesse me moldado um pouco mais, as bobagens que eu falava naquela época poderiam ser comparadas com as que falo atualmente, ai todos os meus eu e tu que eu escrevia nos guardanapos e que te dava, iam saber se eu to melhor, se pior ou se continuo boiando na vida. Tu não quis. Preferiu alguém pronto. Tipo aqueles macarrões instantâneos ou aquelas lasanhas que tu fazia pra eu almoçar na semana. Essa gente que tu conversa três minutos ou dez, e já sabe se tá pronto o suficiente pra viver a vida que tu quer. Tu ficou bonita, mais mulher. Acho que eu fiquei mais chato e só. Leio mais, componho musica pra falar de ti, diminui o cigarro, quase parei com a bebida e mal vou a noitadas. Tu lembra quando a gente dançava até cair? Tu também era uma criança! Ria que dava dor nas costelas! A história ficou embaçada quando eu resolvi dar uma de Dom Juan e rodopiar por ai. Tu chorou que nem bebê com fome... Eu chorei também. Às vezes fico pensando que aquele tempo só foi bom porque foi naquele tempo. Se fosse hoje, tu com tantas obrigações e eu tão sem tempo, a gente não teria tido hora pra gastar com beijo no sofá, com filme de amor, com tarde no bar. Se nessa segunda eu me sinto velho, homem quase feito, barbado e cansado, a culpa é tua. Tu me fez crescer na dor de ter te perdido. Eu me vi obrigado a mudar! Mudar a força, mudar quebrado, mudar doído, mudar.