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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Se desfaça.

Não me empolgo mais com suas indas. Você não fica.
É um vem e vai sem fim, dessincronizado, entediante, instável.
Antes eu esperava, eu contava cada segundo e até me ocupava com mil coisas só pra não enlouquecer de ansiedade.
Era como se cada chegada sua trouxesse luz, som, cheiro.
Era você chegar e eu conseguir despir meus olhos e ver que sim, havia vida, mas só enquanto você estivesse ali.
E de repente você ia embora.
Sem muitas explicações. Apenas ia porque estava com a cabeça cheia.
Os seus problemas, as suas confusões, os seus desgastes.
Não me importava de conviver com eles. O que me irritava de verdade era que por conta deles você se ia.
E ia levando tudo que trazia. A luz. O som. O cheiro.
Só uma coisa ficava: um vazio.
A casa de dois cômodos se transformava em um enorme buraco negro. Sugando minha paz, minha força, minha vontade.
Mas no fundo eu me confortava na certeza que você iria voltar. Como sempre.
Dos retalhos que sobravam de mim, a cada vinda e ida sua, eu fiz uma  colcha.
Nada é eterno. A costura se desfez.
Suas chegadas ficaram mais sem graça. Na verdade acho que me acostumei com a rotina de me despedaçar e me refazer dia sim, dia não.
Não me empolgo mais com suas vindas. Você não fica.
Vá de vez. Se faça esse favor.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por mim

Eu to tentando manter a calma e fazer com que nada fuja do controle. Do meu controle. Por mim eu ia até onde tu mora, mesmo sem saber, só pra te olhar. Onde foi que a gente se perdeu? Eu quero te ligar, quero saber do teu dia, perguntar se tu comeu direito, se dormiu bem. Mas eu não posso… Na verdade, eu não devo. Essa coisa de ficar fantasiando que tu volta e que isso é fase, ta acabando comigo… Então eu me afasto e tento ficar o mais indiferente possível. Confesso que vontade não me falta, mas que é melhor assim.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Não pergunta como eu tô, sério. Se isso nem faz diferença pra ti e só me faz acreditar em algo parecido com nós dois, não pergunta. Também não precisa vir falando em amizade. Não quero ser só um amigo com quem tu desabafa no fim do dia. Ainda tem jeito de remendar esse troço que se partiu quando a gente desligou o telefone há uns sete meses atras… mas eu não posso fazer isso sozinho. Então volta, segura na minha mão e diz que vai ficar tudo bem de novo. A gente sempre se deu bem, a gente se escutava, se falava, se queria e hoje parece que isso tudo ficou perdido lá atras, no meio de um monte de verbo conjugado no passado que, do fundo do meu coração, só queria que fossem no presente. Se ainda existe alguma coisa ai dentro de ti, nem que seja um sentimento meio empoeirado, traz que eu te ajudo a limpar, traz que a gente ajeita essa bagunça sem pressa. Me deixa fazer diferente.