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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Carta a Belqui I


Rubens, Rubens... Contenha-se!

"Dobrando em uma esquina da vida me dei de cara com Nora e Ênio juntos, de mãos dadas! Bem, isso realmente era previsível, alias só me faltava a certeza, Belqui. O fato é que no exato momento eu não tive ação, subiu um nó na garganta e depois tudo adormeceu... 
Mas agora... Agora dói, tanto que eu não sei dizer! Eu achava que ainda havia indecisão e que mais para frente poderia se transformar em certeza, na minha certeza., sabe. 

Ah, Belqui... Foi bem mais que uma navalha afiada retalhando a carne. Ver Nora e Ênio juntos foi a gota d’água para mim, amigo. Desde o começo eu nunca quis acreditar em Nora, mas eu também não quis acreditar na solidão e já sabe o que aconteceu, não é? Belqui, hoje foi doloroso e a certeza de que Nora nunca passou de um mero prazer temporário foi gritante! Não sei o que fazer, é como se o sentimento fosse um vaso de porcelana que se espatifa em mil pedaços... Quebrou-me Belqui, Nora me quebrou o coração... Pelo tempo que a conheço, sei que devo casar-me com Callu. 

Amigo, sabes melhor que ninguém o quanto me engano ao tomar decisões precipitadas, mas dessa vez sinto que estou caminhando pela estrada correta! Callu me ama e nora, a essa altura já deve ter me esquecido! Culpo-me muito por entregar meu coração a um e os pensamentos a outra, mas bem sabes que eu nunca fui de ‘uma’. Tenho andado tão mudado. Deve ser a idade e o medo de ficar sozinho, deve ser isso! Estou sendo tão racional que nem me lembro o significado da palavra impulso. É Belqui... Mais uma vez estou cá estou, entre a cruz Callu e a espada Nora – Um quer me salvar e outra perfurar meu peito amargurado.
Abraços!
R.F"

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