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domingo, 20 de dezembro de 2009

grito em silêncio


Um ansiolítico, por favor. Estou muito ansioso, as mãos tremem e suam... Minha pupila dilatada, a boca seca... Qual o melhor? Será que vicia? Meu corpo inteiro pulsa freneticamente e eu não consigo concentrar-me.  Minhas pernas dançam paradas e há algo errado com meus pensamentos – eles estão muito rápidos, mais que o normal! – Doutor, minha voz está falhando, às vezes, e eu não consigo acalmar-me.
É como se um calor que sai de dentro para fora me atingisse brutalmente! Sinto minhas carnes derretendo, meu sangue fervendo! Pelo amor de Deus, o que eu faço? Essa agonia que me tira do sério... Estou pálido, sem vida, suando e tremendo... Não durmo, nem como e só penso, penso, penso, penso...
Sinto que meus pés não são fortes o suficiente para me sustentar, não caminho mais, Doutor. Fico deitado na cama, os olhos pregados no teto, falando sozinho... Preciso de um remédio urgente! Eu tenho que ficar calmo, sossegado, sereno, brando, em paz. 
É o medo, eu tenho medo de ficar sozinho... Ela vai me deixar sozinho, vai embora, vai embora e vai me deixar sozinho... Eu não quero ficar sozinho, não quero. Por favor, Doutor... Não a deixe ir. Eu quero que ela fique... Um ansiolítico, um tranqüilizante forte ou um sedativo... Qualquer coisa que me deixe adormecido... Não preciso e não quero vê-la partir...

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