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segunda-feira, 14 de março de 2011

Perfeição.

Um silêncio mórbido invadiu a sala da frente. A casa vazia e velha abrigava uns poucos móveis escuros e cansados e mal se via a luz que, de tão teimosa, insistia em entrar torta e empoeirada por uma fenda entre a janela e o ferrolho. Eu compraria aquela casa, gastaria todas as minhas economias ali. Tinha espaço para que os meninos jogassem bola, uma mangueira enorme, ideal para fazer um daqueles balanços de pneu. No alpendre davam três redes e ainda sobrava espaço. Tudo ali devia ter no mínimo cem anos! Quadros antigos, portas, prateleiras e até um pote que estava esquecido próximo a pia da cozinha. Havia algo dentro do pote, mas não tive coragem de abri-lo... Não tive nem coragem de tirá-lo do lugar. O único medo que me assombrava naquele momento, era estragar toda aquela perfeição sublime.

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