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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Reflexão sobre sentimentos e bicicleta.

Minha pouca idade, meu corpo franzino e branquelo, já amargaram muito. Foram idas e vindas. Gente que chega e tu ama de cara e ela vai embora maisrapidoquefumaçadecigarronoventodapraia. Gente que tu aprende a amar ho-me-o-pa-ti-ca-men-te e quando tu descobre a certeza do teu sentimento - cataploft! - já era... Ah, eu chorei... Eu engoli sozinho tanta historia mal contada e tanto desprazer. Meu corpo se retorceu e convalesceu e quase morreu de amor, mas tá aqui. Quem não guarda uma cicatriz pra lembrar? Eu tenho várias! E guardo cada sinistra do lado esquerdo, viu... Posso ser menino novo, cara de bobo, mas eu já passei por muita coisa que eu só comparo a queda de bicicleta: cai, engole o choro, levanta, sacode a dorzinha e vai de novo. Tudo bem, talvez seja infantil comparar relacionamento a andar de bicicleta, mas faz sentido. Até tu aprender a andar tu vai caindo e engolindo o choro e sacudindo a dorzinha e levantando pelo barato da aventura, pela leveza do vento no rosto. Ai depois tu aprende e só titubeia, já não cai. E quando tu tá fera, tu se entrega e até arrisca uma manobra radical sem as mãos ou desce uma ladeira pedalando maisrapidoerapidoerapidoerapido sem medo do freio não dar conta. E é tão ruim cair quando você acredita que já sabe tudo sobre bicicleta, velocidade, manobra radical e essas coisas maneiras... Tu nem quer levantar a cara do chão e o joelho esfolado parece que dói e sangra umas trinta vezes mais! Tudo porque tu achava que manjava das coisas... Ai tu fica todo traumatizado, encosta a bicicleta e vai jogar videogame que é mais seguro. Por isso que pra mim, todo relacionamento novo é como se eu fosse andar de bicicleta pela primeira vez. Eu prefiro começar do zero, sem trauma, sem medo e com muita vontade de aprender. E olha, nem toda bicicleta é igual... Tem a magrela, tem a com marcha, as com amortecedor, as de corrida, as com rodinhas auxiliares... Acho que eu prefiro ser um eterno aprendiz de "andador" de bicicleta, um desbravador de cai, engole o choro, sacode a dorzinha e levanta.

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