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quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Quinta.

Acho que eu não to cabendo em mim. Não sei se é excesso ou falta. Apenas não me sinto confortável aqui. É como se eu não pertencesse a mim, como se as roupas e os tênis não fossem meus. E os óculos, sempre com o grau errado, pra mais ou pra menos. Não caibo nas cadeiras, nos espaços, na minha própria cama. As pessoas não me reconhecem e meus atos são sempre os mais falhos e insuficientes. O que houve? De repente eu acordei junto com monstros que estavam escondidos no meu guarda roupa. Engraçado pensar que um vazio imenso dentro da gente é um enorme peso nas costas. É um fardo. É uma tonelada. É aquela mochila cheia de livros em branco. Nada tem graça, não há vontade. As horas correm ao contrário, tudo anda num loop que se choca numa contramão absurda de idéias e de ideais que não vão dar em lugar algum. E tudo porque você se foi.