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terça-feira, 5 de maio de 2015

Beijo, astro, condensado

Estou a dois metros do chão, levitando entre quatro paredes. Evito você como quem evita morrer num fim de tarde, quando o sol se deita pra dormir. Eu não deito. Sou como um beija-flor que não descansa quase nunca, que não relaxa, que fica com o coração a 1.260 batidas por minuto. Mas também posso ser um astronauta suspenso no ar, vagando num universo que eu fiz pra mostrar só pra você. São planetas e constelações, buracos negros e suas extensões paralelas. Também posso ser uma nuvem qualquer, esperando que você me dê um formato específico ou apenas me compare ao abstrato, ao aleatório. O importante, mesmo, é que sendo beija-flor, astronauta ou nuvem, eu me mantenha longe de você.