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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

De longe.

Eu amo você e não escondo isso de ninguém. Amo de um jeito que até me dói os ossos, as vezes. Amo o seu enjoo matinal, seu sorriso meio de canto, sua melancolia nas madrugadas, seu olho castanho, suas blusas folgadas, suas mãos e seus anéis e os anéis de saturno. O tom da sua voz, a textura da sua língua, a sua boca na minha. Eu amo tudo, tudo em você.

Mas eu tenho que admitir que amar tudo em você é um peso insustentável. Meu corpo enverga inteiro na sua direção e, meu amor, nossas direções são opostas, você sabe. E por mais que eu ame cada centímetro cúbico seu, de fora pra dentro e de dentro pra fora, eu não posso ceder. O tempo corre tão rápido e por mais que eu insista em congelar esse amor todo, você sabe, vai ser em vão.

Perdoo seu coração raso, sua ausência quando eu mais precisei, sua indiferença nos momentos festivos. Desculpo, também, sua rispidez. E se eu desculpo, meu amor, é porque eu aceito você com seus defeitos e falhas, mesmo não entendendo as justificativas pra essas coisas todas, as vezes.

Mas mesmo desculpando e aceitando e amando de um jeito que até me dói os ossos, as vezes, não quero mais estar com você. Eu não posso, eu não devo, eu não tenho condições de lidar com toda a frustração que você causou.

Amo você, mas de longe.