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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Quando Margarida enfiou carinhosamente uma tesoura de ponta na panturrilha de Gomes.

Tenho que admitir... A morte me fascina. Quantas vezes me lancei pela janela do quinto andar. Quantas vezes não imaginei a sensação da queda... Cair de cabeça, de bruços, de costas, olhos abertos, sobre as telhas de amianto das garagens, no chão de concreto, se meu corpo quicaria ou se estouraria que nem uma bexiga com água. Me assusto. Mudo o pensamento. Tenho que mudar. Abro os olhos de pressa e ainda estou confortavelmente na minha cama, abraçada aos travesseiros. Que conforto eu teria além das grades que separam imaginação de realidade? Não há respostas.