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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

não pense

Não pense que desisti. Eu vim de muito longe, de anos atrás, de quilômetros, de galáxias, de muito, muito longe mesmo e não viria com o peito rasgado e os olhos em chama se não acreditasse que seu endereço ainda é o mesmo, que ainda posso ligar de madrugada e ouvir sua voz sonolenta me aconselhar. Eu não desisti. Posso ter me perdido (você sabe como meu senso de direção é terrível), mas não faz parte do plano abrir mão de você. Eu vim como pude, com a roupa do corpo, de chinelos, correndo, desviando, caindo, levantando. Eu vim as pressas, assim que ouvi o sinal. Vim a cavalo, de carro, a pé, de motocicleta. Não desisti, nunca me passou pela cabeça desistir. Cruzei fronteiras, cidades inteiras e grandes avenidas e pequenas ruas. Não pense que já acabou, que não me importo mais. Estou em frente ao portão de sua casa, chamando no visor do seu celular, nas caixas de entrada dos seus três e-mails. Não há como desistir agora.

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