Em mil pedaços.

Tanto que eu quis.
Tanto que eu esperei.
De tudo que eu fiz, com o nada fiquei.
Confesso que dói bem mais do que eu previ, mas o que eu posso fazer, se assim ela quis?
Cá estou eu, de orgulho partido, nos olhos a água, no peito um tiro.

Passará como de todas as outras vezes em que apostei minhas fichas e me decepcionaram ou eu mesma me iludi com o passageiro, já não sei e nem consigo pensar.

Com tom sarcástico do deboche eu poderia dizer que ninguém te amará como eu amo, mas eu sou tão passional que eu prefiro vê-la feliz do jeito que melhor preferir.

Eu não tirarei o sorriso do rosto, não baixarei a cabeça e me ocuparei de todas as formas para não pensar ou me roer de tanto remorso...

Eu tenho tanto a oferecer, os bons perceberão e se juntarão aos poucos.
Tive culpa, não soube me adaptar - quem sou eu? – fui apenas mais um na lista dos tantos.

As linhas borradas no papel lagrimado não negam o quanto meu coração está magoado. Um nó na garganta, as mãos tremulas, tudo em mim palpita, soluça e condena.

Quem eu quero enganar... Eu não sou forte...
Sinto-me quebrado, em mil pedaços.

Pedras voam em minha direção. Sinto meu teto de vidro se estilhaçar novamente. 

Eu perdi o prumo, perdi o rumo... Como devo nomear a capacidade de enfrentar o fracasso sem perder o entusiasmo?

"E agora, o que eu vou fazer?
Se os seus lábios ainda estão molhando os lábios meus?
E as lágrimas não secaram com o sol que fez?"