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segunda-feira, 26 de abril de 2010

A carta do desesperado


Desculpe se não fui tão bom como disse, como aparentei, como você pensou que eu fosse. É de mim, eu falo demais, me gabo demais de algo que não sei ser, de algo que, na verdade, nunca fui. Sou confuso, indeciso, medroso e tímido. Acovardo-me facilmente diante de problemas, situações, pessoas, enfim... Não sou tão diferente de todo mundo, acho que sou tão igual que me disfarço fácil entre os milhares! Não me venere tanto, não sonhe demais comigo, pois eu sou a sua ‘falsa-esperança’, eu sou sua ‘falsa-impressão’. Meu charme, minhas intenções, meu sorriso, tudo é disfarce. Todos os dias uma máscara diferente e quando não há, me camuflo entre os tantos estranhos perdidos por ai, que nem eu. Poço de desilusão, olhos oblíquos, gestos de miss, pura eloqüência vaidosa... Sou tão oco que nem reflexo no espelho eu tenho! Sou dúbio o suficiente pra dizer que sei o que quero, que estou sóbrio, que minhas atitudes cogitam um ar superior de ‘sabe-tudo’. Não sei me definir, não sei dizer ao certo que eu sou... Diariamente mutável e incontestavelmente inseguro no que diz respeito a descrições psicologias e físicas. Perdão não ser seu príncipe encantado, perdão mais ainda por não estar à altura dos seus planos a dois.

3 comentários:

  1. o príncipe se viu como um sapo,mas é pq ele não assimilou o olhar da princesa.

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  2. "Olhos de cigana oblíqua e dessimulada, eu não sabia o que era oblíqua,mas dessimulada eu sabia"


    Olhos de Ressaca- Dom Casmurro

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