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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Fisiologicamente imperfeito.

Estou sentado na rede com os pés a balançar.
Sob a sombra, na varanda, um ventinho sacode meus cabelos e vez ou outra me pego de olhos fechados, rindo pro nada. Deu pra imaginar a cena? A varanda, de frente pra um gramado verdíssimo, alguns coqueiros e uns arbustos que eu não sei o nome. Bem, geralmente me interesso em saber o nome das plantas, mas não sei por que o dessas eu não fui atrás. Tem um passarinho, muito serelepe por sinal, que canta meio desesperado... Canta não, grita! Passarinho das pernas tão finas, que parece uma bolinha de penas suspensa no ar! E aquele coqueiro torto parece um... Ah, é tão bobo que nem vou cogitar a remota possibilidade de compará-lo ao que quer que seja. Acho que o conjunto dos imperfeitos faz o todo ficar perfeito. E aqui é tão perfeito, nem sou muito de sentir as coisas, mas aqui é tão especial que chego até sentir a paz, mesmo sem saber o que de fato ela significa. A rede azul marinho, com a varanda bordada em flores de tamanhos variados, o verde das plantas, os passarinhos, a brisa, eu. É engraçado pensar que tudo isso é tão pouco e tão imenso, que eu sou nada e parte fundamental nesse planejamento divino. Vai ver eu não estou tão solto como penso. Não estou mais sentado na rede com os pés a balançar, tive que deitar. Minhas costas doem. Queria ser tão perfeito quanto o que estou sentindo agora.

Um comentário:

  1. Essa é a segunda coisa mais bunitinha que já li no seu blog!!!


    Belíssimo texto!
    (palavrão)
    se garantiu demais...

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