+MAIS

domingo, 2 de maio de 2010

Conjunção, conjugação, construção...


  Ela quis tentar comigo. Quis conjugar, com o tempo, o verbo amar. Não pude relutar diante da imensidão e do querer mútuo.  Olha onde estou, sentado no chão, olhando umas fotografias antigas, a carta de um mês e o nome dela no meu all star com um coraçãozinho do lado. Eu nem pedi abrigo, só pedi pra ser amigo e até agora me pergunto o que diabos ela viu em mim!
  O tempo passou, o verbo conjugou. E é incrível, a cada beijo um mundo novo se constrói e o céu até fica de uma cor diferente! Quando eu estou com ela não tem hora, nem problemas, nem preocupações, nem nada. É um bem-querer que inunda o ser, que invade os lugares que nem perfume importado.
  Os olhos de represa se rompem de alegria ao vê-la e a busca incessante por dias melhores se abstém ali mesmo, no ponto de ônibus. Bem melhor quando se arquiteta, quando se planeja, quando não há pressa. Do jeitinho da semente – planta, espera, cuida e rega – cresce bonita, vinga que é uma beleza. Do jeitinho que a professora ensinou – conjuga de um por um, de pessoa em pessoa – pra não errar na concordância. Do jeitinho de prédio em construção – deixa a armação de metal se misturar com cimento, abre porta e põe janela – no fim a gente pinta as paredes com cor que a gente quer. Tantas voltas e vê logo por quem eu fui me encantar, aliás, vê logo por quem ela foi se encantar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja.