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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Risco de faca.

Bam, acho que coloquei meus dois pés nos chão... Pelo menos por enquanto.
O que antes era um corte profundo, que doía noite e dia, hoje é cicatriz.
Será que você sarou em mim?
Trago cicatrizes nos dois joelhos... Quando eu era criança, Bam, era o desastre em pessoa! E eu lembro de cada uma, sabe. A primeira, no joelho direito, foi no parquinho lá da escola e teve outra que foi descendo do pé de manga que tinha lá na casa da vó.
Mas, sabe, você é a cicatriz mais bonita que eu tenho, é a que eu olho e gosto de lembrar. Bem mais que todas, inclusive!
Quem não tem uma cicatriz, nunca viveu de verdade. Eu vivi. Vivi, por alguns meses, mas vivi, por você. Vivi o tempo necessário até você cansar e me fazer parar de respirar a força.
Eu tive que aprender a conviver com as lembranças amargas e doídas dessas marcas que me tiraram sangue. Você, Bam, me tirou bem mais que isso e só me deixou um risco fino no peito.

Ps.: Na 30ª carta, eu enviarei todas as outras 29 aara você.

Com o todo amor do mundo que mora dentro de uma cicatriz,

Eu.