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terça-feira, 5 de maio de 2015

um conto com pontos na testa

Uma pessoa caída no chão. As outras que estavam de pé pararam. O som parou. Tinham quase 30 olhos sobre ela. Que merda, cara. Que merda! Não adianta usar dessa filosofia ai. Dói. Parece que tem um corte entre as costelas. Foi o braço que desceu pesado demais no rosto dela. 30 olhos juntando cacos. Como estragar uma festa? Aquela emoção toda foi um grande presente! O som volta ao normal. Todos de pé, por favor. Um beijo no rosto. Desculpas. Ninguém pode brigar assim. Restabelecidas, paz e ordem. Não aconteceu nada. Brindes novamente. As pessoas ignoram tudo! O braço pesado e a pessoa no chão não são mais importantes. Cerveja. Música. Dança. O programa de tevê termina com “é vida que segue”. E a cena toda recomeçou desfocada. Grande erro ter sido legal. A cadeira infalsa e o medo. Uma pena tilintar taças tão finas. Foda-se, mocinha. Você mereceu. Onomatopeias. Gritinhos. Vozes alteradas. De novo não! Alguém tá bem desfigurado aqui, heim?! Uma pessoa caída no chão. As outras que estavam de pé pararam. O som parou. Tinham quase 30 olhos sobre ela.