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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Em nome de todas as coisas que eu realizei em pensamento.

A gente nunca vai saber como é dormir abraçado e também não vamos saber como ficará nossas caras depois de chorar vendo um filme de amor que lembra nossa história. Eu e você não vamos ter a mínima noção de como é chegar em casa depois de um dia filho da puta e deitar no sofá enquanto conversamos sobre todas as besteira do mundo até sabe-se lá que horas da madrugada. Não vamos nunca saber qual a sensação de tomar banho juntos e rir um da cara do outro porque caiu shampoo no olho ou porque o sabonete escorregou e caiu bem em cima do ralo. E também jamais seremos capaz de consolar a dor da perda ou comemorar a felicidade de um reencontro. Não vamos sentir saudade. Não vamos dividir o resto da pizza que sobrou na geladeira. Não vamos saber o que vestir pra agradar os seus ou os meus pais. Não iremos ao parque pra tirar duzentas fotos e só gostar de três. Não saberemos como será a divisão das contas pra pagar no fim do mês. Não saberemos como é cantar no chuveiro e pedir pra quem tá fora complete a música. Não vamos saber como é bom fazer as pazes depois de uma briga. Nem vamos ser o despertador um do outro. A gente nunca vai saber o que é esperar notícias durante o dia e nem vamos ser capazes de imaginar o miado dos seis gatos que a gente nunca vai ter.