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domingo, 2 de agosto de 2015

Dona Éfe.

Essa noite sonhei que você se suicidava. E eu invadia sua casa, invadia seu quarto e sentado na porta do seu quarto, com a cabeça apoiada nos braços e estes apoiados sobre os joelho dobrados, eu chorava até sua mãe chegar.
- Quem é você?
- Desculpa ter entrado assim, eu precisava saber notícias.
Conversamos, choramos. Apesar do desconforto mútuo, no sonho, sua mãe conseguia ser gentil. Não conheço sua casa, nem sua mãe, nem sua nova versão, mas eu estava ali. Quer dizer, meu subconsciente.
- Esse é o quarto dela, não é?
- Sim.
Fotos nas paredes, escrivaninha meio bagunçada, alguns papéis. Deitei na sua cama. O seu cheiro estava lá.
- Por que ela fez isso, dona Éfe?
- Não sei. Não faço ideia.
A partir daí o sonho já se mistura e eu não lembro ao certo o que acontece. O que me é bem nítido, é que antes de sair da sua casa, sua mãe me leva até a janela em que você se jogou. Me lembro que também pedi uma foto sua.
- Pode levar, mas só uma.
- Obrigado, dona Éfe.
Sai da sua casa e do sonho.
Acordei no meu quarto, peguei meu celular e fui atrás de você em algum deposito de fotos online. Mais viva do que nunca, sim, você está mais viva do que nunca... Eu que estou me suicidando involuntariamente quando penso em você.