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domingo, 18 de outubro de 2015

Olhares cruzados na cidade paralela.

Talvez você não leia isso. Nem eu sei se ainda vou querer ler... Hoje foi um daqueles dias em que eu tentei fugir de todas as formas. E tentei de verdade, com o afinco que eu não tinha até umas seis horas atrás. Mas você sabe como é, as vezes a cabeça quer uma coisa e o coração quer outras duas, totalmente diferentes. Fugi, não nego... O problema é que dentro de mim crescia uma vontade alucinada de te ver. Na verdade era que você me visse. Eu esperei que você entrasse no bar e que sentasse na mesma mesa e que me perguntasse sobre o dia e me beijasse como nos velhos tempos e me dissesse, em seguida, que estava de volta. Nada disso aconteceu. Você não chegou. Você nem sequer pensou em me ver. Então eu fui até você, fui a contra gosto, fui rezando pra não esbarrar, pra não ver, pra nem sentir o cheiro. Ilusão. Essa cidade é pequena demais pra acreditar que eu não vou ver você enquanto existir. Eu vi e quase esbarrei e por várias vezes senti teu cheiro. E você desviou, esquivou, passou, fingiu que não viu, sumiu no meio da multidão, se fez vulto e depois nada.